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A importância do compromisso na relação médico-paciente

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A relação médico-paciente, para que seja uma relação duradoura, deve ser baseada no compromisso e confiança mútua. O senso de um compromisso é obtido depois que fazemos uma opção ou tomamos uma posição diante de outra pessoa, levando a um impulso em manter a posição tomada e assim demonstrar coerência em nossas ações. Somos mais fiéis às nossas decisões quando nos comprometemos publicamente com elas.

A importância do compromisso na relação médico-paciente

Este comprometimento, porém, deve vir de vontade própria, não criando o mesmo efeito quando parte de uma ameaça. Isto implica que, para levar o outro a se comprometer com você quanto a uma posição, o melhor caminho é preparar o terreno para que através da comunicação e do uso certo das palavras, a própria pessoa crie o senso de compromisso, sem que você precise forçá-lo no outro.

No consultório, por exemplo, para criar o compromisso do paciente com o horário agendado, secretárias devem trocar seus discursos, em vez de dizerem: “caso aconteça algum imprevisto, o senhor poderá me ligar a qualquer hora avisando”, oriente-as a dizer ao paciente: “o Sr. se COMPROMETE em me ligar caso algum imprevisto aconteça?”. Quando a palavra final do cliente é dada atestando o compromisso, os números de cancelamentos tendem a cair drasticamente.

Na relação entre médicos e pacientes, o compromisso deve partir de ambas as partes, e em relação a diferentes questões no que diz respeito ao atendimento médico, além do horário. Deve haver comprometimento, por exemplo, quanto à sinceridade nos relatos, quanto à adesão a eventuais tratamentos, quanto à manutenção do devido acompanhamento, etc.

Uma das questões que leva à validação do compromisso, no sentido da persuasão do outro, encontra base no conceito de autoridade. Por exemplo: um estudo descobriu que, no ambiente do consultório médico, certificados e diplomas fixados na parede aumentam a autoridade e a aceitação que os pacientes recebiam de seus médicos. Esta autoridade e aceitação levam à construção da confiança do paciente no médico, que é o alicerce principal do relacionamento.

Esta relação que tem como base o compromisso das partes é conhecida como Modelo Contratualista. Este modelo estabelece que o médico preserva a sua autoridade, enquanto detentor de conhecimentos e habilidades específicas, assumindo a responsabilidade pela tomada de decisões técnicas. O paciente também participa ativamente no processo de tomada de decisões, exercendo seu poder de acordo com o estilo de vida e valores morais e pessoais. O processo ocorre em um clima de efetiva troca de informações e a tomada de decisão pode ser de médio ou alto envolvimento, tendo por base o compromisso estabelecido entre as partes envolvidas.

Trata-se, portanto, de uma estrutura que se desenvolve quase organicamente a partir dessas características citadas. O médico estabelece sua autoridade, criando uma imagem que passe confiança ao paciente. Através da autoridade e confiança, o médico leva o paciente a assumir um compromisso com o atendimento médico que será prestado, e se comprometendo ele próprio em prestar o melhor atendimento. Na realização do compromisso, cria-se então uma relação de respeito e cumplicidade mútuos, permitindo que seja um relacionamento duradouro e que irá atender às expectativas de zelar pela saúde do paciente, oferecendo os melhores cuidados e devido acompanhamento.

Quando médico e paciente estão comprometidos com todas as etapas do atendimento em saúde, com certeza pode-se esperar resultados muito mais satisfatórios.

Reflita sobre como você estabelece compromisso com seus pacientes, esteja atento ao discurso utilizado e oriente também suas secretárias. Busque criar sua imagem de autoridade e se conectar com os pacientes para estabelecer uma relação de confiança e irá perceber o impacto positivo que irá trazer na qualidade do atendimento para ambas as partes e no sucesso do consultório de modo geral.

 

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