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'Não tema, isso é normal': Conselhos para jovens médicos

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Em artigo publicado em abril deste ano, a Medscape pediu a alguns de seus contribuidores e à sua comunidade para oferecerem conselhos a médicos recém-formados, iniciando a residência. As respostas recebidas vão muito além das dicas esperadas para ajudar a alcançar o sucesso durante a residência. A maioria dos feedbacks incluiu dicas de anos de experiência profissional, juntamente com a sabedoria para ajudar todos os jovens médicos, e não apenas aqueles em formação. De fato, o escopo dos conselhos é provável de provocar reflexão em médicos de todas as idades.

Aqui estão alguns destaques do que os entrevistados tinham a dizer.

Conselhos para jovens médicos

Primeira diretriz

Um dos temas que surgiram entre os conselhos que foram oferecidos envolveu uma necessidade de priorizar. O Dr. Brad Spellberg sugeriu que os tempos mudaram. Ele disse: "Devemos envolver nossos pacientes na tomada de decisões e afastar-nos do tradicional paternalismo centrado no médico, o que é contrário a alcançar cuidados de alta qualidade, seguros, eficientes e centrados no paciente".

O Dr. Spellberg não foi o único a sugerir uma mudança das atitudes "médico-cêntricas". Uma ênfase em escutar e aprender com os pacientes foi repetida como um princípio orientador. Como o Dr. J. Greensmith explicou, "Os pacientes são seus melhores professores, seguidos pelos(as) enfermeiros(as), e então seus atendimentos."

De fato, o desenvolvimento de uma apreciação pelos(as) enfermeiros(as) era outro refrão comum. O Dr. Mark Morris foi explícito ao apresentar seu conselho: "Por favor, lembre-se que a única coisa entre você e o desastre são os(as) enfermeiros(as). Procure honrá-los e respeitá-los. Não vá dormir quando tiver sua primeira chance em um intervalo, sente e converse com eles, aprenda com eles. E eles vão alimentá-lo e proteger o seu sono."

Grande parte dos conselhos sugeriu considerar aqueles que cercam estes jovens médicos como novas unidades familiares. Estes grupos incluem enfermeiros e colegas residentes, e além da residência, colegas que vão se tornar rostos muito familiares. Animado, Dr. Brent Mothner sugeriu: "Nunca deixe passar a oportunidade para uma reunião, ou mesmo um café rápido junto com seus colegas de trabalho. Ótimas coisas podem acontecer simplesmente conversando ao longo do caminho. E claro, bons cookies fazem quase qualquer dia melhor!"

Estado de espiríto de um residente

Em termos de aconselhamento específico para a experiência de residência, a Dra. Lisa Gobar ofereceu algumas boas garantias: "Você está começando de novo. Você vai sentir que não sabe nada. Não tenha medo, isso é normal". Incentivos permearam os conselhos fornecidos pelos contribuidores e usuários da Medscape, com muitos compartilhando histórias pessoais de dúvidas que deram lugar à experiência. A postura esmagadora era que, embora os médicos jovens certamente enfrentarão crises pessoais, elas podem ser superadas.

Apesar de aceitar que uma certa quantidade de medo é normal, outras situações na residência podem ser evitadas com a preparação. Como o Dr. Merius Atangcho especificou: "Analise os requisitos para conclusão do programa de residência em que você está entrando. Provavelmente, nenhum estudante de medicina nunca olha para estes requisitos. Porém, especialmente ao decidir entre áreas diferentes, estes requisitos podem dar uma boa ideia sobre como toda sua residência será." Outros fizeram recomendações concretas que envolviam pesquisar a literatura médica minuciosamente e aprender a abordar a experiência da residência como um renascimento.

Residência na prática

Embora uma boa parte das sugestões para jovens médicos tivesse a ver com atitudes mentais e percepções pessoais, alguns dos conselhos eram muito mais práticos. Como a Dra. Frances Pang recomendou: "More perto do trabalho, não perca tempo se locomovendo ou arrisque-se a adormecer atrás do volante. Faça exercícios regularmente. Se você não for do tipo que se exercita, deve passar a ser."

Na verdade, a necessidade de reduzir o tempo de deslocamento era facilmente a dica mais freqüentemente oferecida, seguido de perto pela necessidade de exercício físico. Muitos apontaram que estas são coisas aparentemente óbvias, mas cada vez mais desconsideradas, que podem ter grande impacto em ter experiências saudáveis e bem sucedidas na residência e para além dela.

Falando de felicidade, os relacionamentos também eram outro tema comentado. Alguns foram cautelosamente otimistas, como a doutora Annette Hulse, que disse: "Se você é casado ou em um relacionamento sério de longo prazo, aproveite todas as oportunidades para se conectar com seu parceiro. Mesmo que não seja sua maior vontade no momento."

Algumas contribuições foram para o lado mais brusco. Como o Dr. James Hernandez declarou explicitamente: "Não se case ou se divorcie durante a sua carreira acadêmica, incluindo os anos de residência."

Vai ser difícil, então apenas aceite - ou não

Grande parte dos conselhos incentivou os leitores a aceitar os aspectos incognoscíveis e incertos da profissão sempre que possível. A Dra. Janet Marley-Rose disse: "Como sabemos se a mudança de amanhã é boa para nossos pacientes e para nós? Não sabemos." Ela concluiu: "O que meu programa de residência me ensinou foi a aprender todos os dias, ensinar todos os dias, fazer o bem todos os dias e aproveitar a jornada todos os dias".

O Dr. Alexander Garza tinha uma lista de coisas que desejava ter conhecido como um médico mais jovem:

Gostaria de ter sabido mais sobre o impacto socioeconômico nos cuidados de saúde, de modo que eu teria focado mais nas questões fora da medicina que afetam a saúde (ainda mais do que a medicina, realmente). Eu gostaria de ter conhecido mais sobre bem-estar e cuidar de si mesmo. Trabalhar 36 horas de cada vez não é saudável, como também não é comer comida da cafeteria do hospital. Por fim, como dizemos no exército militar, 'abrace a merda'. Em outras palavras, vai ser difícil, então apenas aceite.

Alguns médicos foram um pouco mais duros e diretos em seus conselhos. O Dr. Charles Barrett respondeu sem rodeios, afirmando: "Equilíbrio entre vida pessoal e profissional é algo que está sendo muito abordado ultimamente. Supere isso. Medicina é um compromisso para toda a vida, que tem tremendas recompensas e sacrifícios. Para se destacar nesta área, é necessário dar tudo de si e nada menos."

Em contraste, muitas pessoas aconselham confrontar diretamente fatores de estresse que possam surgir e não simplesmente "superá-los". Especificamente, se uma especialidade parece não ser a melhor opção para um jovem médico, ouvir a essas preocupações pode ser fundamental. Como disse o Dr. Steven Lampert: "Se você descobrir que fez a escolha errada na especialidade, não tenha medo de fazer uma mudança. Não é sempre fácil, e não é conveniente mudar de especialidade, mas é importante reconhecer o erro e seguir em frente."

Conhecimento de negócios é a chave

Muitos entrevistados, tais como o Dr. James Rohde, focaram na necessidade para a perspicácia em negócios. "Eu comecei um MBA em saúde aos 69 anos", ele contou. "Eu gostaria de ter voltado para a escola mais cedo e ter usado o MBA para parte dos meus anos de consultório." Vários entrevistados indicaram que um MBA completo não é tão importante quanto um entendimento básico e respeito pelas demandas e preocupações financeiras inerentes à profissão.

Mais do que tudo, a importância de uma educação geral de negócios foi apontada como um componente muitas vezes esquecido da felicidade. O Dr. Curtis Graham chegou a afirmar:

Meu único lamento de minha residência é que absolutamente ninguém durante a faculdade de medicina nem em minha residência nunca tirou 20 minutos para me dizer quão crítico é uma educação de negócios para ter um consultório próprio. Eu descobri sobre isso depois que eu perdi meu consultório por razões financeiras e me aposentei cedo. Descobri então não só por que perdi meu consultório, mas também porque milhares de médicos hoje estão perdendo os seus pela mesma razão: nenhuma educação empresarial.

As contribuições também continham recomendações específicas sobre consultórios. A Dra. Janet Chene lembrou aos outros: "O consultório particular não está morto, e não tenha medo dele se você estiver disposto a ser o seu melhor e oferecer aos pacientes um nível mais elevado de cuidado e compaixão."

Conselho inesperado

Algumas das sugestões oferecidas foram ligeiramente surpreendentes. Por exemplo, a Dra. Gobar expressou a necessidade de proteger os colegas médicos. Como ela aconselhou, "Não deixe que outros médicos ou instituições o usem para atacar outro médico; isso acontece com mais freqüência do que você imagina dentro da equipe de funcionários do hospital. Se defenda e conheça seus direitos legais." Muitos médicos sugeriram enxergar outros médicos ou futuros médicos como uma família improvisada, mas esta recomendação em particular destacou-se em termos de uma necessidade de consciência de ramificações legais.

Mas nem todos os conselhos incomuns eram tão terríveis. Tomemos, por exemplo, o Dr. Nabeel Zafar, que encorajou o fim da "gratificação atrasada". As exigências e as restrições desta carreira desafiadora são bem conhecidos, mas a sugestão do Dr. Zafar é evitar a renúncia a certos aspectos da sua identidade que você tende a ter no tempo livre. Ele observou: "Em vez de dizer 'eu vou desistir de tal e tal hobby, de socializar, e assim por diante, nos próximos anos', aprenda a fazer tudo isso em conjunto."

Talvez não verdadeiramente inesperado, mas muito incisivamente, alguns médicos focaram em problemas específicos enfrentados pelas mulheres. A Dra. Ruby Kapadia declarou poeticamente: "Gostaria de ter sabido que, como mulher, aprenderia a arte de conciliar a maternidade com a carreira e apreciar que este equilíbrio é tão único, potente e satisfatório como o equilíbrio do sol e da lua em torno da órbita da terra." O equilíbrio entre vida pessoal e trabalho foi comentado muitas vezes, estendido para além das preocupações específicas de gênero, mas as exigências únicas da maternidade e o reconhecimento de atitudes "paternalistas" emergiram como preocupações comuns para jovens médicas confrontarem.

Os conselhos cobriram muito mais tópicos do que pode ser facilmente resumido aqui, com sugestões que vão desde preocupações dietéticas até noções gerais sobre a vida dentro da medicina.

As contribuições são dignas de revisão no total, mas a dica final incluída aqui é uma forma de tentar descontrair um pouco.

O conselho mais forte deve ter vindo da Dra. Sandra Stedinger: "Talvez seja muito tarde agora, mas você deveria ter feito engenharia." Esperamos que esses valiosos conselhos ajudem a fazer este sentimento em particular algo que não seja de fato verdadeiro.

 

Fonte: Medscape.

 

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