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Você conhece a medicina integrativa e seus benefícios?

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Imagine um paciente com gastrite. Pode parecer um caso simples à primeira vista, havendo recomendações padrão tanto de medicamentos quanto de hábitos alimentares para tratar a condição. Porém, analisando melhor, percebemos que pode não ser tão simples assim. Apesar da orientação sobre os alimentos a evitar, o paciente sofre de ansiedade e recorre à comida quando tem crises ansiosas. O comer compulsivo também levou a um quadro de obesidade, que traz não só outros problemas físicos, como também agrava o quadro ansioso, por culpa pelo comer compulsivo e preocupações com a imagem corporal.

Se analisamos a situação como um todo, vemos que o problema vai muito além da gastrite propriamente, e o tratamento voltado apenas para esta condição pode não ser efetivo, pois os outros problemas associados continuarão existindo. Em contextos como esse que se enxergou a importância de uma abordagem terapêutica que se preocupasse não apenas em tratar condições isoladas, mas cuidar do paciente como um todo, visando ao seu bem-estar físico, mental, emocional, social e espiritual.

É disso, então, que se trata a medicina integrativa: analisar todos os aspectos que influenciam o processo da doença e da cura, buscando um plano de tratamento que promova a qualidade de vida do indivíduo.

Para tanto, a medicina integrativa tem como base um aspecto interdisciplinar, envolvendo diferentes profissionais de saúde e trabalhando diversas abordagens terapêuticas. Além da medicina convencional, são utilizadas terapias complementares que integram corpo, mente e espírito.

O paciente tem papel central neste tipo de abordagem, tanto no que diz respeito à relação médico-paciente, quanto em ser o agente principal de sua saúde, participando ativamente nas discussões e tomada de decisão sobre plano de tratamento. O relacionamento com o médico deve ser de confiança, pois é ele que irá orientar e dar referências dos outros profissionais e atividades que o paciente deverá buscar para um tratamento integrado. É essencial ressaltar a importância de que o paciente sempre busque orientação médica, para que as escolhas não interfiram umas nas outras. Os planos de tratamento sempre serão individualizados, de acordo com as demandas e necessidades.

Deve-se destacar que a eficácia da medicina integrativa está baseada em evidências. Este movimento de integração de terapias para reestabelecer o equilíbrio do corpo e promover a recuperação é de nível mundial, e especialmente forte no meio acadêmico. Nos EUA, quase todas as universidades têm centros de medicina integrativa, que combinam fitoterápicos, massagem, exercícios físicos, acupuntura, entre outras modalidades. Na Europa, práticas como a psico-oncologia, acompanhamento nutricional e a terapia artística também vêm sendo utilizadas pelos centros de oncologia.

Esta é, inclusive, a especialidade onde a medicina integrativa encontra sua maior expressão. Quando as pessoas apresentam qualquer problema de saúde, o estresse, a nutrição, a vida social, o ambiente, tudo isso — entre outros fatores — influencia na condição apresentada. No caso de um câncer isso se torna ainda mais proeminente, por ser uma doença tão temida, com grandes riscos e tratamento agressivo, que afeta enormemente a vida da pessoa. Enquanto a terapia convencional será iniciada para eliminar a doença, as terapias complementares serão desenvolvidas para intensificar o processo de cura e garantir o máximo de bem-estar ao paciente.

Dentre os benefícios da medicina integrativa destaca-se a redução de efeitos colaterais de medicação, o aumento da sensação de bem-estar e qualidade de vida, a minimização de sentimentos negativos — medo, depressão, estresse, ansiedade — e maiores motivação e engajamento com o tratamento, tudo isso levando a melhores resultados de saúde de modo geral.

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O primeiro passo para que a medicina integrativa seja aplicada parte dos médicos, através do foco no paciente, do atendimento humanizado e da investigação completa dos fatores envolvidos nos sintomas apresentados.

A Organização Mundial de Saúde define "saúde" como um estado de completo equilíbrio físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças; neste sentido, a Medicina Integrativa e Complementar pode ajudar em muito os pacientes no caminho de restabelecer sua saúde integral, e não apenas se livrar dos sintomas ou tratar uma condição isoladamente.

 

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