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Como as médicas podem melhorar a saúde do Brasil

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O crescente número de mulheres médicas no Brasil indica não apenas uma tradução da realidade demográfica para os consultórios médicos, mas pode apontar também uma tendência de melhoria para os sistemas de saúde no Brasil.

Isto porque as decisões profissionais das médicas sugerem senão uma aptidão, ao menos uma disposição maior aos cuidados primários e ao cultivo de uma boa relação com os pacientes1.

De acordo com o estudo "Demografia Médica no Brasil (2015)", realizado pelo CFM, mulheres médicas optam, em geral, por especialidades que exigem mais habilidades sociais e uma boa relação pessoal (como Pediatria e Medicina da Família), em oposição aos homens, que estariam inclinados a habilidades técnicas e mais impessoais (como especialidades cirúrgicas e Radiologia)2.

Além disso, as especialidades mais eleitas por mulheres exigem relações médicas duradouras, resultando numa abordagem clínica orientada à prevenção. Esses cuidados a longo prazo levam as médicas a terem um vínculo com seus pacientes antes mesmo que adoeçam, o que oferece uma posição privilegiada para o tratamento, quando este for necessário.

Médicas mulheres também dão preferência à possibilidade de trabalharem em horários mais flexíveis1, talvez por isso optem por especialidades que ofereçam mais controle e planejamento. Por outro lado, também tendem a passar mais tempo com seus pacientes e a serem mais centradas neles, o que colabora para a humanização do atendimento médico.

Por fim, o já mencionado estudo do CFM aponta também que as médicas no Brasil tendem a atuar mais no setor público (63%) em comparação aos seus colegas homens (54%).

Portanto, o aumento da entrada de mulheres na Medicina pode resultar na admissão de um número maior de médicas pelos sistemas públicos e, acima disso, pela admissão de profissionais mais aptas e adequadas às necessidades do nosso sistema.

Afinal, não é preciso um especialista para saber que a prevenção de doenças é um importante fator para a saúde pública, e nos parece que a promoção da saúde, da prevenção e o diagnóstico precoce são recursos dos quais as médicas brasileiras estão sempre muito bem munidas.

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1. Estudo Womens and Medicine: The Future, da Royal College of Physicians, disponível em https://shop.rcplondon.ac.uk/products/women-and-medicine-the-future.

2. Demografia médica no Brasil (2015), publicado pelo CFM, disponível em http://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index10/.

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